Ancora 4ever

Chuva

Azágua...Chuva em Santiago, cheira a terra molhada.Toda a gente fala da chuva,a chuva aqui é um acontecimento.E tem mesmo de ser.Mas hoje choveu pouquinho, quero mais, muita chuva, cântaros dela, quero ouvi-la bater com força no telhado, acordar demanha e ver a metamorfose das montanhas,do castanho árido ao verde da promessa.Quero chuva muita chuva.Vou dançar muito para vir muita chuva!Dancem também!

Há dias na Assomada que são diferentes.Dias em que os badios e as badias andam mais tranquilos, o vento acalma e não fere nem nos invade de pó, os sorrisos escancaram-se. Hoje foi um dia diferente aqui.Sim faltou a luz, sim foi difícil aceder á net e sim: não me queixei de cá viver.Quero ter mais dias assim e sei que posso.Porque não é “da lua”, é de mim, tenho de brilhar mais para conseguir iluminar as redondezas que conseguem, certos dias, ser mais escuras que o negro mais negro.

Escritas

Isto de ter de pensar “academicamente” e escrever “academicamente”…é uma coisa muito complicada…Sempre escrevi assim, como escrevo aqui.Tenho dificuldades na escrita formal:cartas, pedidos…os Exmos..as excelências, o que fica em cima e em baixo,as saudações e cumprimentos .Gosto é de metáforas e hipérboles e de todas as figuras desse estilo. Gosto de brincar com as palavras, com os sons e as cores que tem. Acho que não consigo ser “académica” na escrita. Vou sempre querer brincar pelo meio. Mas que grave problema. Só me faltava mais esta… depois de apressadas incursões aos territórios até aqui por mim desconhecidos das antropologias, etnografias e metodologias qualitativas,de árduas decisões de temas e de amostra,de mil e uma leituras em todas as línguas menos na minha e do diabo que o leve…agora com a mala feita e o mapa na mão não consigo “desflorear” o discurso. Sejas qual fores ó Musa inspiradora dos “académicos” , ajuda-me porque está difícil…
Não sei como lhes escreva..aos doutores de Badajoz.

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Pois é…este cyber-canto anda parado…e tanta vida na Ilha..não pode ser, a Ana tem de voltar a escrever ... Que o meu espanto não me cale.Sim, a Ana encantou-se, alienou-se e depois espantou-se..com a vida na Ilha.è uma vida muito doida a vida na Ilha..não lhe falta nada…mas que espanta, lá isso espanta!Mas porquê calar?A alienação foi só uma fase , passageira mas obrigatória, o espanto também.Calar não, ai não calo não.Porque a ilha tem praias de areia branca e mar azul turquesa, caras bonitas, clima ameno e festa todo o dia não deixa de ter muita pobreza e fome.Há dinheiro e há muito arroz,bananas e papaias mas Amor no Coração, Luz no Sorrisos…ás vezes falta, falta muitas vezes, anda tudo atrás de não-sei-o-quê…uma correria louca…Parem!!!!!!Deixam-me atordoada..estão todos doidos??Pois eu não estou e digo-vos: escutem o coração antes que seja tarde.